No interior da Bahia, em Morro do Chapéu, a história de um verdadeiro herói nacional permanece viva na memória popular, embora tenha sido ignorada pelas autoridades. Trata-se de Claudionor de Sena Marques, o primeiro e único filho legítimo da cidade a combater na Segunda Guerra Mundial.
Em 1943, movido por um sentimento de dever e patriotismo, Claudionor se alistou voluntariamente na Força Expedicionária Brasileira (FEB), que enviou cerca de 25 mil soldados brasileiros para lutar na Europa ao lado dos Aliados contra o avanço nazista. No ano seguinte, foi convocado para integrar as tropas brasileiras que atuariam na Itália, um dos palcos mais intensos da guerra.
Sem qualquer apoio institucional do poder público de Morro do Chapéu, Claudionor contou apenas com o suporte da própria família para conseguir viajar até a Baía de Nápoles, onde se uniu às forças brasileiras que enfrentaram duras batalhas em solo estrangeiro, contribuindo diretamente para a vitória dos Aliados.
Quando a guerra chegou ao fim, em 1945, Claudionor retornou à sua terra natal como herói. Foi recebido com celebrações, desfiles e o som da tradicional Filarmônica Minerva, em um momento de justa homenagem popular. No entanto, o reconhecimento oficial nunca veio.
Apesar de sua bravura e do serviço prestado ao país, o ex-combatente foi vítima do abandono das autoridades. Claudionor não recebeu os benefícios devidos nem conseguiu acesso à aposentadoria, vivendo o restante de seus dias sem o amparo que merecia por sua contribuição histórica.
A trajetória de Claudionor de Sena Marques é um lembrete doloroso de como o Brasil, por vezes, falha em honrar aqueles que deram tudo pelo país. Seu nome, entretanto, resiste na memória de Morro do Chapéu como símbolo de coragem, sacrifício e, infelizmente, injustiça.
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